segunda-feira, 29 de abril de 2013

O leite


Muitas mães me perguntam sobre a importância do leite na infância. Algumas até ficam muito preocupadas quando seus filhos não gostam ou se recusam a beber leite na escola. Se a criança mamou no peito até os seis meses de idade e a transição alimentar ocorreu de forma tranquila, podemos dizer que a preocupação não deve estar presente. Claro que cada caso tem suas especificidades, mas de maneira geral, não será apenas o leite que irá assegurar todos os nutrientes necessários para o crescimento adequado da criança maior de seis meses.

Todos os mamíferos necessitam desse alimento tão precioso para seu crescimento e desenvolvimento.

O leite materno é, indiscutivelmente, o mais adequado e completo alimento que existe para o ser humano, até os seis meses de idade. Depois disso, a quantidade de ferro e outros nutrientes já começa a ser insuficiente, sendo necessário complementar com outras fontes alimentares.

Contudo a amamentação é recomendada até os dois anos de idade, na espécie humana, devido à riqueza de probióticos - extremamente úteis na manutenção e integridade intestinal, compostos anti-obesidade, macronutrientes como proteínas, carboidratos e gorduras na medida certa, além do contato acalentador - tão raro hoje em dia.

A indústria tem feito tentativas cada vez mais acuradas para produzir um leite cuja composição se assemelhe ao materno. Todavia ainda não foi possível atingir a complexidade e magnitude do leite humano. 

Como a base das fórmulas intanfis é o leite de vaca, são necessárias inúmeras alterações na composição nutricional para que seja seguro que um bebê faça uso desse leite. 

O leite de vaca destinado às fórmulas deve ser “desconstruído” e depois reorganizado de maneira a atender melhor as necessidades de cada fase da lactação. O conteúdo de sódio e proteínas encontrados no leite de vaca in natura, por exemplo, excedem muito a quantidade que o organismo de um bebê é capaz de processar; vitaminas e minerais também devem alterados, tanto na composição e variação quanto na quantidade, para as fórmulas. 

Assim esses compostos são calculados e acrescentados em quantidades compatíveis com as necessidades do lactente. 

A preocupação de toda mãe quando o filho não ingere leite é o cálcio. 

O cálcio é um mineral de extrema importância para os seres humanos já que constitui a estrutura dos ossos e dentes, além de ser imprescindível nas funções de contração muscular, impulsos nervosos, controle do pH sanguíneos e coagulação.

O importante é saber que esse mineral pode ser encontrado em outras fontes alimentares além do leite e seus derivados.

Brócolis, repolho, couve manteiga, espinafre e batata-doce contém cálcio com boa disponibilidade, pois possuem ácido cítrico capaz de intensificar a absorção. O grão-de-bico e as leguminosas também contém cálcio e sua eficiência de absorção é tão boa quanto a dos laticínios.

Todos esses alimentos estão presentes no cardápio da escola.

Outro mineral que merece nossa atenção quando o assunto é cálcio e sua disponibilidade, é o magnésio que está presente em alimentos como castanha-do-pará, soja em grão e aveia. Ele funciona como um mediador da absorção do cálcio no intestino. 

Como aproximadamente 10% do cálcio ingerido é absorvido pelo intestino, é muito importante a saúde desse órgão tão esquecido. Probióticos como alcachofra, shoyu e lactobacilos (como Kefir) e prebióticos como aveia e escarola são grandes promotores da saúde intestinal.

O sol é um bom aliado, já que é um excelente potencializador da Vitamina D cuja função é auxiliar a fixação do Cálcio nos ossos.

Portanto, se seu filho tem uma alimentação variada e uma vida ativa, fique tranquila: a ausência do laticínio não trará consequências negativas à sua saúde.

Elizandra Chagas
Nutricionista
THEMAeducando


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