sexta-feira, 18 de maio de 2012

Medos!?

“Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
(...)
Só a bailarina que não tem”
(Trecho da música “Ciranda da Bailarina” )


Quais medos as crianças têm? 
Medo do coelho da páscoa? Medo do Beto? Medo de cachorro? De barulho? De cair? De se machucar? De altura? De escuro? De ficar sozinha? De monstros, bruxas e fantasmas? De estranhos? Do novo? De ser machucada? Do desconhecido? Do que não se sabe? De perder – alguma coisa ou alguém? Da distância? Da morte? De briga, agressão? De fracassar? Dos seus potenciais – que assustam, surpreendem? Da autonomia? Da responsabilidade? 

Como as crianças reagem diante dos medos?
Gritam? Fogem? Recuam? Evitam? Escondem? Pedem ajuda de alguém? Chamam a atenção? Pedem colo? Choram? 

Quando os medos são normais?
Quando os medos são automáticos, reflexos de defesa? Quando é preciso tomar cuidado? Quando eles acompanham o desenvolvimento das crianças? Quando eles lhes garantem a certeza de não ter que enfrentar situações para as quais ainda não tem recursos? Quando eles retratam a sensação de impotência? Quando eles defendem daquilo que não se sabe, não se conhece, que pode surpreender, assustar, impressionar? Quando eles servem como proteção para novas habilidades descobertas – ou muito poderosas ou que ainda não estão bem dominadas? Quando eles ajudam a aprender, a ganhar força, a superar? Quando eles seguram para que não se cometa exageros? 
Quando eles são exagerados? Quando eles limitam, impedem que se conheça ou curta novas coisas, experiências ou pessoas? Quando eles não passam, não são superados? Quando eles ficam e se intensificam? Quando eles devem nos preocupar? Quando precisamos pedir ajuda de algum profissional? 

Como reagimos diante dos medos de nossos filhos? 
Com constrangimento? Com exagero? Superprotegendo? Intensificando-os, incentivando-os, dando credibilidade aos medos? Fugindo, controlando ou evitando a situação ao invés de permitir que as crianças desenvolvam seus próprios recursos para controlar seus próprios medos? Dando conselhos ou instruções de como a criança deve reagir ou de como esperamos que ela consiga superá-los? Pressionando as crianças a vencer seus medos, a enfrentar seus desafios?
Com calma? Respeitando? Dando apoio, conforto, confiança, suporte? Compreendendo? Ouvindo atentamente? Permitindo que eles possam comunicar seus medos e preocupações? Contando que é natural sentir medo e ter preocupações, mesmo que elas não tenham fundamento? Elogiando e incentivando quando demonstrarem coragem? Acompanhando a criança a enfrentar situações sem ficarmos muito agitados nem nos envolver muito? Sugerindo que eles perguntem aos outros como lidam com seus medos? Contando sobre nossos próprios medos e como os resolvemos, superamos? Fazendo com que eles percebam suas capacidades e deem conta de si mesmos? Lembrando-os de situações ou de medos que eles mesmos já superaram? 

Se nunca tivéssemos perguntas a fazer, teríamos medos?

Se sempre tivéssemos dúvidas, arriscaríamos?

Se sempre tivéssemos certezas, aprenderíamos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário