segunda-feira, 25 de junho de 2012

Relatório "Serafina e a criança que trabalha" - 1º ano

“Toda criança como ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve.” RCN.

Por meio desse projeto, as crianças puderam fazer uma leitura do mundo em que vivem, observaram si mesmo, o outro e o ambiente; sempre com um olhar atento e crítico para as variadas situações. Conhecendo essas diferentes realidades, souberam a importância de olhar para o outro como uma pessoa, que assim como eles, precisava de carinho, atenção, alimentação, educação, enfim, cuidados básicos que todos os seres humanos têm direito.

O livro “Serafina e a criança que trabalha” trouxe para o 1° Ano a realidade de outras crianças, que não vão à escola e precisam trabalhar para ajudar suas famílias. Trabalhos em sua maioria, difíceis de serem realizados por crianças e que acarretam grandes consequências em suas vidas, seja por questões relacionadas à saúde, pela falta de tempo livre para brincar, estar com a família ou até mesmo frequentar a escola.

Todos ficaram atentos com as histórias apresentadas e fizeram comentários: “Eu já vi várias vezes crianças na rua pedindo dinheiro.”, “Deve ser muito triste ser ainda criança e ter que trabalhar para poder comprar até mesmo a própria comida”, “Como poderemos ajudá-las?”, “Quando eu vir uma criança assim, vou querer ajudá-la”. Acredito que tal assunto fez o grupo refletir muito sobre a valorização do outro, que é um ser único, que merece respeito, que tem direitos e deveres, que vive em situações diferentes da nossa. O trabalho também proporcionou um conhecimento sobre o direito e os deveres que elas, enquanto crianças possuem, permitindo assim, que se tornassem mais questionadoras em relação a eles.

Precisamos manter momentos de diálogo, reflexão com as crianças, com assuntos da nossa rotina e também com aqueles à nossa volta, mesmo que não tão presentes em nossa realidade. É preciso levar as crianças a pensarem diferentes realidades para que se desenvolvam ainda mais como cidadãs. Como diz Sebastião Salgado, “Acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo". 

Possa afirmar que, por intermédio dessas reflexões, eles se tornaram cidadãos conscientes e responsáveis pela construção de um mundo no qual todos tenham o mesmo ideal. Buscaram alternativas para ajudar essas crianças, discutiram atitudes do dia-a-dia que deveriam ter, assim como decidiram juntos a ter uma ação mais social, como a campanha de inverno, além de se mostrarem inquietos e incomodados com a realidade que muitas vezes encontramos em nosso país, na nossa cidade, nas pessoas que estão ao nosso lado.

Pensando assim, ainda vamos proporcionar muitos momentos de reflexão junto com o grupo, pois acreditamos que as crianças precisam de espaço e de oportunidades para que possam expressar e dizer o que pensam. É importante oferecer um ambiente para profundas reflexões, propiciando a construção e reconstrução de pensamentos, valores e conceito.

Um grande abraço,
Professora Ariane Frasson
Coordenadora Camila Izoli
Junho/2012

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