quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Memórias da Educação Infantil - Coordenadora Geral

Dizem que são pelas andanças, altos e baixos da vida que aprendemos a lidar com as mais variadas situações. Acredito que eu seja assim. Nasci em Guaratinguetá, cursei o magistério em Aparecida, faculdade em Lorena, especialização em Campinas e pós-graduação em São Paulo e já trabalhei com realidades bem diferentes da qual estou hoje, em uma obra social e em uma creche. Assim, gosto de olhar para trás e ver o quanto já aprendi e como tenho aproveitado meu tempo. Acredito que não todas, mas algumas pessoas já nascem apaixonadas por aquilo que se dedicam a fazer e o tempo só faz isso aumentar. Esse é meu caso. Nasci apaixonada pela educação, não dos grandes, mas dos pequenos. O tempo me levou à descoberta do trabalho na educação infantil. Tempo para ouvir e escutar, tempo para olhar e observar, tempo para ensinar e aprender... 

O tempo também me mostrou que a distância da família e pessoas queridas me fez a passar a ter outro olhar em relação a minha vida. Se estou me dispondo a morar longe da família, que seja para valer a pena então. Trabalhando no Thema desde 2006, posso dizer que aqui minha família aumentou. Afinal, não somente eu, mas tantas outras pessoas passam a maior parte do seu dia no trabalho. Mas, este não é um trabalho qualquer, em qualquer lugar. É um trabalho com a educação dos pequenos e no Thema. Quanta responsabilidade não? Ou melhor, que maravilha! 

A cada ano, tenho acompanhado e participado das transformações da escola. Maior espaço físico, autorização para o funcionamento do Ensino Fundamental, nova organização da coordenação e direção. Mas, mesmo com toda essa estrutura, se eu não acreditasse na educação, de nada adiantaria. Você sabe o que é ser um educador? Dentre tantas coisas, é acordar de manhã sabendo que à sua espera você terá crianças que acreditam naquilo que você diz, que esperam você de pés descalços para brincar na areia, para ser a filhinha na brincadeira de casinha, que pede ajuda para escrever algo ou amarrar o cadarço do tênis... Por isso, é importante pensar não somente na professora que está à frente do grupo, que tem todo o preparo pedagógico das propostas e projetos, mas também de toda a equipe. Como falar, atender as crianças da melhor maneira possível? Esse é um desafio que temos a cada dia. Agora, nessa minha nova etapa, minha preocupação não é somente com um grupo, com as crianças do meu grupo. Minha preocupação é com a formação das educadoras que, de uma maneira e de outra, participam e são responsáveis pela qualidade do nosso trabalho, das nossas crianças. 

Ser pedagoga é assim: cada coisa precisa de um tempo para acontecer. Mas não podemos esperar que algo aconteça sem nossa ação. Depois de anos buscando ser uma professora de qualidade, é chegada a hora de pensar na formação dos profissionais que atendem as crianças. É preciso estudo, trabalho em equipe, saber ouvir e falar, pois a educação não é algo que se possa dar por pronta e finalizada. Por isso o Thema e todos aqueles que fazem parte dele – funcionários, pais e crianças – estão sempre em transformação. Transformação que deixam marcas, muitas lembranças, que permanecerão por muito tempo, quem sabe a vida toda. São questões que estarão sempre entrelaçadas, amarradas. Posso dizer como é bom olhar para trás e ver quantas marcas já foram deixadas, mas sem dúvida, é tempo de pensar naquelas que ainda estão por vir. Mais do que estar em uma equipe, é saber que faço parte de uma equipe que acredita na qualidade do trabalho para a Educação Infantil, que pensa não somente na formação das crianças, mas também dos seus profissionais. 

Ana Paula

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