terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pai e Mãe

“... não mais compete à mãe “informar” ao marido dos momentos em que ele deve estar disponível. Espera-se que os maridos participem. Hoje, o problema talvez se configure mais como uma rivalidade entre pai e mãe, e, talvez de bloqueios que esta última coloque à participação do pai. Trata-se de sentimentos universais, presentes em todos os adultos que cuidam de crianças. Quanto mais você cuida de uma criança, mais a quer para si. Esse sentimento natural de posse faz com que os pais se tornem inconscientemente competitivos entre si. Cada um vê os erros que o outro comete à medida que tenta desajeitadamente aprender seu novo papel de pai ou de mãe. Uma vez que aprender a cuidar de um filho significa aprender através dos erros, e não dos acertos, quando cada um dos pais está disposto a identificar-se com o outro, e a dar-lhe apoio, os cuidados acabam por enriquecer-se com benefícios múltiplos para a criança. 

Os bebês não precisam que os pais concordem entre si. Desde muito cedo, eles aprendem a esperar coisas diferentes do pai e da mãe. O que eles realmente precisam é de um sentimento de que os dois pais participam intensamente de suas vidas, além da constatação de que o ambiente em que vivem não está saturado de tensões. A competição pelo bebê é um sinal de atenção e carinho, e não de divergência. Em vez de permitirem que esses sentimentos de rivalidade os deixem com raiva um do outro, os pais precisam usá-los para proceder à divisão dos trabalhos – e trabalho é o que não vai faltar.” (p.513-514).

BRAZELTON, T. Berry. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

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