segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Entendendo um pouco a alimentação dos pequenos

Muitas mães me questionaram quanto à alimentação de seus filhos. Uns não querem comer frutas, outros não querem chegar perto dos legumes, outros ainda não querem sequer experimentar as verduras. 

Gostaria de enfatizar que existem fases do desenvolvimento alimentar e a seletividade faz parte dessas fases. No primeiro ano de vida a criança praticamente triplica seu peso. Porém, passada essa fase, o ganho de peso chega a ser de um a dois quilos no ano. 

Então, a partir do segundo ano de vida o apetite sofre uma grande mudança e as necessidades também. É uma fase em que os interesses se voltam para o ambiente e o “ficar parado para se alimentar” gera um desconforto, na maioria das crianças. 

O que percebo é que nessa fase, nós mães, entramos em estado de “choque”, pois imaginamos que nosso filho está com alguma deficiência nutricional. É completamente compreensível esse receio acerca da alimentação de nossos filhos. Porém essa fase requer muita serenidade de nossa parte. 

O que podemos fazer enquanto pais - fonte de segurança e exemplo - para que essa situação seja amenizada é manter acessíveis alimentos saudáveis e nos alimentarmos bem, de forma que as crianças possam ver e compartilhar esses momentos. 

Muitas vezes uma visita ao varejão ou o preparo de uma simples salada de frutas juntamente com seu filho pode fazer a diferença. Se a criança demandar mais criatividade, talvez brincar de adivinhar os alimentos, com os olhos vendados, desperte o interesse sobre alimentação. 

Algumas crianças tem mais interesse na alimentação que outras, porém todas observam a rotina e comportamento daqueles que as cercam. Se nos momentos de fome ou simplesmente vontade de comer, a criança tiver o estímulo correto, essa fase de “desapego” ou “repulsa” pela comida vai passar. 

Muitas vezes, na tentativa de garantir uma boa nutrição para nossos filhos incluímos fórmulas, leites fortificados ou até mesmo guloseimas em sua rotina alimentar sem perceber que esses hábitos serão prejudiciais no futuro. 

Os alimentos industrializados, inclusive os salgados, atualmente são muito ricos em açúcar (em todas suas formas) seja para realçar o sabor, seja para baratear o custo, seja para dar cor ou brilho. Isso faz com que haja mais estímulo para o consumo e a partir disso abrem-se as portas para doenças como diabetes e obesidade. 

Assim, meu apelo é que haja uma maior preocupação - e restrição - com o consumo de alimentos industrializados, sejam eles doces, salgados ou bebidas e não com a falta de interesse alimentar por parte das crianças. A maior herança que podemos deixar para nossos filhos é a saúde. 


ELIZANDRA CHAGAS 

NUTRICIONISTA - THEMA

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