ANO NOVO,
VIDA NOVA
“TIA AGORA SOU MUITO GRANDE VOU PARA O G2.”
“A GENTE CRESCEU E POR ISSO MUDOU DE SALA.”
“AS MESINHAS DO G2 SÃO MAIORES QUE AS DO G1. É QUE
A GENTE CRESCEU.”
“EU GOSTEI DE MUDAR DE GRUPO. ESTÁ MUITO LEGAL SER
DO G4!.”
“NO G4 TEM COISAS QUE SÃO DIFERENTES. ENTÃO, A
GENTE VAI TER QUE DESCOBRIR MAIS COISAS.”
“ESSA SALA TEM MESA, CADEIRA. EU GOSTO DO VERMELHO
E AZUL E VOU SENTAR PARA DESENHAR O PAPAI E A MAMÃE.”
“ESTOU CRESCENDO MUITO, IGUAL AO MEU PAI E QUANDO
A GENTE CRESCE, MUDA DE SALA.”
AS CRIANÇAS QUE CHEGARAM AO G1, DEPOIS DE ORGANIZAREM
UM JOGO, FORAM CHAMADAS PARA FAZER UMA RODA DE HISTÓRIA. A MÚSICA EU VOU CONTAR UMA HISTÓRIA, AGORA ATENÇÃO...
COMEÇOU A SER CANTADA E AS CRIANÇAS BUSCARAM UM ESPAÇO PARA SE ACOMODAR E
OUVIR-LA. A EDUCADORA SENTOU-SE NO CHÃO, ESPERANDO QUE TODOS FIZESSEM O MESMO.
MAS, QUANDO TERMINOU A MÚSICA, TODOS TINHAM PROCURADO UMA CADEIRA PARA SE
SENTAR. ENTÃO, UMA RODA DE HISTÓRIA COM CADEIRAS FOI ORGANIZADA. (COORDENADORA
DO THEMA)
"MINHA PEQUENA PASSOU POR ESTA FASE NO ANO
PASSADO.... (MUDANÇA DO BERÇÁRIO PARA O MATERNAL). CADA ANO QUE PASSA VEM NOVAS
CONQUISTAS, DESAFIOS, MEDOS, E DEPOIS UM AFETO GIGANTE PELAS NOVAS
"TIAS". PARECE QUE FOI ONTEM QUE FIZEMOS A ADAPTAÇÃO NO
BERÇÁRIO." (MÃE DO THEMA)
"O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DO J. FOI LONGO... NA VERDADE,
NÃO FOI O TEMPO DELE QUE REGULOU A ADAPTAÇÃO, MAS O MEU... TIVE 5 MESES DE
LICENÇA E NÃO FOI FÁCIL DEIXÁ-LO NA ESCOLA TÃO PEQUENO... ME SENTIA CULPADA,
DIVIDIDA, INSEGURA. FIQUEI 2 SEMANAS E MEIA SENTADA NAS CADEIRAS LARANJAS DO
CORREDOR DA ESCOLA E FOI ÓTIMO. VIVENCIEI A ROTINA DA ESCOLA... O CARINHO COM
QUE AS PROFESSORAS E FUNCIONÁRIOS TRATAVAM AS CRIANÇAS. OUVI PALAVRAS DE APOIO
EM TODOS OS MOMENTOS QUE CHOREI E, NO ÚLTIMO DIA DE MINHA LICENÇA, O J. DORMIU
COMO UM ANJO NA SALA DO BERÇÁRIO. FOI ALGO COMO "MAMÃE, FIQUE TRANQUILA,
ESTOU BEM! PODE VOLTAR AO TRABALHO, POIS SEI QUE ISSO TAMBÉM É IMPORTANTE PARA
A SUA FELICIDADE". HOJE, QUASE 2 ANOS DEPOIS, SEI QUE FOI A MELHOR DECISÃO
QUE PODÍAMOS TER TOMADO." (MÃE DO THEMA)
O PROCESSO DE (RE)ADAPTAÇÃO
Adaptações são parte integrante do
desenvolvimento, já que as pessoas estão continuamente adaptando-se a novos
momentos, ambientes e situações ao longo do ciclo vital. A cada coisa nova que aprendemos, mudamos e, às
vezes, precisamos mudar o que está ao nosso redor. Vamos nos desenvolvendo
entre estabilidades e mudanças, um processo contínuo e recíproco de
transformações.
Ao longo do ano, as crianças passam
por experiências novas: uma nova habilidade que descobriu em si, uma história
que ouviu, um fato que viu, uma doença, um colega novo que entrou na turma, um
irmão caçula que vem chegando na família... Algumas delas podem mobilizar
emoções relacionadas à insegurança.
Quando a criança ingressa na escola
ou um novo ano escolar se inicia, então, são muitas novidades. Algumas podem
ser motivadoras, outras podem causar estranhamento, principalmente quando
estava gostoso curtir, por exemplo, uma viagem em companhia dos queridos
familiares... Ou seja, sentimentos e comportamentos inesperados em relação à
escola podem aparecer. Então, é preciso procurar pacientemente entender o que
se passa, conversar e transmitir segurança. E fazer isto em parceria com a
escola, trocando ideias e informações, será excelente para todos superarem,
juntos, o momento. Quanto mais a criança estiver habituada e afetivamente
ligada ao ambiente escolar, mais naturalmente ela poderá encarar mudanças,
novidades e medos.
Cada criança e cada família tem seu próprio ritmo e seu próprio modo para
se
adaptar. Falamos em processo, pois trata-se de
um movimento gradativo que vai se construindo nas interações entre as pessoas e
os ambientes.
A
adaptação depende, dentre
outros fatores, das
características da criança, de sua idade
e
da fase de desenvolvimento em que se encontra; e das características dos familiares e das
pessoas envolvidas no ambiente escolar.
O processo de adaptação costuma ser um momento de
emoções diversas, ansiedades e inseguranças para todos, afinal primeiro
precisamos conhecer para depois confiar. E isto demanda tempo.
A Educação Infantil é, para muitas crianças, sua primeira
experiência social e exige, portanto,
um grande empenho emocional de todos.
Os
pais (ou até os avós), em sua maioria, sentem-se ansiosos e divididos entre a
perspectiva de ver seus filhos conquistando novos espaços e ao mesmo tempo em
ter que deixá-los, às vezes, chorando com pessoas "desconhecidas".
Em linhas gerais, como os familiares
podem ajudar seus filhos neste momento?
- preparando-se: sempre conversando
e conhecendo bem como a escola procede diante do processo de adaptação e
auxiliando as pessoas envolvidas no conhecimento de seus filhos. Sempre que
forem necessárias conversas mais demoradas com a professora, pedimos que a
façam na hora da saída ou agendem através da coordenação;
- preparando a criança antes de ir
para a escola: é interessante falar sobre a escola permitindo que a criança
crie um significado positivo dela (ex.: contar suas histórias de criança quando
estavam na escola, apontar amigos e primos da criança que vão/voltam à escola),
combinar sua rotina do dia com ela (ex.: "a mamãe vai te levar pra escola
depois do almoço, você vai fazer diversas atividades e brincadeiras com seus
amigos e depois, antes de anoitecer, a mamãe vai te buscar pra voltarmos pra
casa"; situar o tempo conforme a percepção da criança). Porém não convém
antecipar nem repetir muito o assunto para não gerar ansiedade desnecessária,
visto que algumas crianças, conforme a idade, ainda não possuem a noção do
tempo bem organizada.
- transmitindo calma e segurança,
procurando controlar suas emoções e atitudes;
- demonstrando compreensão, amor e
paciência; procurando entender as emoções, o ritmo e o momento da criança
(permitir que ela traga um objeto de apego de casa se for importante para ela);
- "dando espaço para que a
criança reconheça e crie o seu próprio espaço na escola": para que a
criança possa conhecer e gostar da escola e das pessoas aqui presentes, se faz
necessária uma certa distância dos pais, é preciso haver um espaço para que ela
possa ser conquistada. A despedida, por exemplo, deve ser enfrentada sem
mentiras, evitando saídas às escondidas, sempre com demonstrações de carinho,
firmeza e confiança - convém explicar o momento sem prolongá-lo além do
necessário, mesmo que seja preciso ouvir um pouco de choro e sair de coração
"apertado".
A IMPORTÂNCIA DA ROTINA
Já imaginou se todos os dias você
tivesse que pensar em qual caminho fazer para ir trabalhar, em que momento
pisar na embreagem do carro, engatar as marchas, frear etc. como se estivesse
ainda aprendendo a dirigir? Se todos os dias fossem como os primeiros dias de
anos escolares, em que você tivesse que decidir em qual carteira se sentar e de
qual colega novo se aproximar? Poderia ser bastante tenso ou ao menos
desgastante. Nossa memória nos ajuda a nos “acostumar”, automatiza uma série de
atividades dando espaço para que nossa mente possa apreender novas
experiências.
As crianças, além de terem os
sentidos apurados para adquirir novos conhecimentos (elas são capazes de
aprender muito mais coisas em um dia do que os adultos), tem um mundo inteiro
para conhecer. Por isso, uma certa rotina de atividades e horários é de suma
importância para ajudá-las a "se acostumarem". A rotina oferece
segurança, tranquilidade e autonomia a elas, especialmente quando se trata do
ambiente escolar, um lugar rico e variado de pessoas, coisas e acontecimentos.
Quando os pais e professores organizam os horários das crianças favorecem um
bom relacionamento delas com o mundo.
PAPEL DA ESCOLA
Para propiciar cuidado e educação
infantil de qualidade, impõe-se o pensar na formação e na capacitação contínuas
dos profissionais a fim de que estejam preparados para receber as diferentes
situações que se apresentam e refletir sobre elas. Lidar com a adaptação exige aceitar
as múltiplas perspectivas com que uma determinada situação é
entendida/vivenciada pelos diversos participantes.
Isso pressupõe que a escola seja
aberta, com clara disposição para uma relação franca e acolhedora com a
família. Nesse panorama, as relações escola-família colocam-se como o aspecto
central de atenção, transformando-as em grandes parceiras nos cuidados e na
educação da criança. Apenas de forma conjunta é possível conduzir adequadamente
o processo de adaptação à escola, por isso o acolhimento é fundamental.
A
criança, para elaborar bem este processo de mudanças, precisa ter oportunidade
para sentir falta da pessoa querida que está ausente, sentir-se triste, sozinha
e talvez até zangada e deve poder expressar seus sentimentos de maneira apropriada.
Nesse sentido, é fundamental que a professora esteja segura em saber intervir
no momento certo criando uma relação afetiva de confiança, tanto com a criança
quanto com os pais. Como organizadora desse processo, a professora também
necessita ter consciência dos sentimentos envolvidos, revendo suas próprias
emoções, e fazendo reflexões diárias.
Os
primeiros dias são realmente mais difíceis e cansativos, demandando maior
dedicação por parte da professora. A coordenação, nesse momento, poderá
ajudá-la a construir sua segurança e autoridade para atuar de forma mais
tranquila, trocando, ao final de cada dia, ideias sobre as conquistas, os equívocos,
os excessos, as principais dificuldades, repensando-os para o dia seguinte.
A DECISÃO DE LEVAR A CRIANÇA PARA A ESCOLA
A entrada da criança na escola é um
momento marcante. Em primeiro lugar, é importante que a decisão de colocar a
criança na escola seja tomada de maneira consciente levando em conta tanto as
necessidades dos pais quanto as da criança.
Não há uma regra que defina
exatamente o que é melhor, qual o momento certo: seria ultrapassado e injusto
dizer apenas que os pequeninos tem vantagens com os cuidados “exclusivamente”
maternos até os 2 anos de idade sem considerar o cansaço da mãe, sua carreira
profissional e a colaboração que possa ter ou não nas atividades do dia a dia
com seu filho em casa. Para muitas famílias, apenas uma dessas questões já pode
ser decisiva para a busca de suporte profissional.
Por outro lado, a primeira infância
é a fase de maior e mais rápido crescimento e desenvolvimento humano: constitui
a base da formação humana (personalidade, valores etc.). Aos poucos (e bem
cedo) as necessidades das crianças vão se ampliando: além dos cuidados com
alimentação, sono e higiene, elas precisam de oportunidades para conhecer,
explorar e aprender o complexo mundo: das coisas, das sensações, das relações
humanas.
Considerando estas necessidades de
pais e filhos e conhecendo e concordando com os recursos físicos, materiais e
profissionais da escola escolhida, a filosofia e os valores da mesma, não há
motivos para que os pais sintam-se culpados pela decisão. Vale lembrar, que a
escola jamais desligará ou substituirá o afeto que vincula a criança à sua
família: a família é e sempre será a principal base e referência afetiva de
todos.
PROJETO
"ESCOLA NOVA LÁ VOU EU"
Toda a nossa
vida é feita de etapas e a transição destas é sempre um momento de apreensão. As crianças do 1º ano do
Thema (por enquanto) vivem uma transição importante: a saída da escola de
educação infantil e o ingresso na escola de ensino fundamental. Será necessário
elaborar e expressar os sentimentos que envolvem "perdas", como a dos
amigos, e o enfrentamento de um "novo desconhecido", com ganhos e
crescimento.
Devemos ficar atentos a
tais questões e atitudes que as crianças venham a manifestar. Embora esse olhar
aconteça durante todo o ano, o Thema desenvolve um projeto junto às crianças
com atividades semanais a partir do segundo semestre. O assunto não é apontado
antes pela escola para não adiantar ansiedades, desfocando a crianças do que
está sendo desenvolvido no momento presente.
O
projeto "Escola nova lá vou eu" tem como objetivos favorecer a
postura de estudante; aproximar as crianças das mudanças que existirão em
relação à nova escola (recreio, tarefas, matérias, horários, uniforme, lanche,
professoras etc.); e conhecer a rotina de outras escolas. Para tanto, no final
do ano, por exemplo, fazemos um encontro dos alunos do 1º ano com ex-alunos do
Thema que contam tudo sobre a experiência que tiveram ao longo dos dois últimos
anos. Da mesma forma que a professora fica atenta aos sentimentos das crianças
em relação às mudanças desde o início do ano, a escola também se mantém aberta
para as trocas sobre esta fase com as famílias!
SEJAM BEM VINDOS! 2013, LÁ VAMOS NÓS!
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