segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Memórias da Educação Infantil - Coordenadora Ciclo 2


Estou, aqui, frente a um grande desafio: o de escrever minhas memórias de educadora. Só de pensar na palavra MEMÓRIA, tenho em minha cabeça uma vastidão de pensamentos, lembranças e sentimentos. Afinal, para mim, a memória nada mais é do que um valioso livro de nossas vidas. Um livro que preenchemos diariamente, repleto de anotações, esboços, vivências, percepções, um lugar onde ficam registrados os fatos marcantes da nossa existência. Ter que resgatar minhas memórias, é ter que folhear este livro e visualizar as marcas de minha vida. Marcas de uma paulistana, que saiu aos 18 anos da casa dos pais para percorrer o sonho de se tornar pedagoga. 

São muitas as memórias, tantas que ficam difíceis de elencar. Memórias do meu primeiro contato como professora, ao sentar com meus irmãos nas brincadeiras de escolinha e compartilhar minhas descobertas. Memórias de crescimento e amadurecimento, quando passei em uma universidade pública e passei a viver sozinha, a estudar, sem ter alguém me cobrando por isso! Memórias das dificuldades ao assumir pela primeira vez como professora, uma sala de aula de crianças de 8 anos, em que os pais subestimavam a minha capacidade por me acharem muito nova e, também, memórias de missão cumprida, por ter conquistado esses mesmos pais. Mas, para mim, as memórias mais especiais, são dos rostos vibrantes e alegres das crianças, ao compartilharem seus conhecimentos e, acima de tudo, saber que fiz parte desse processo. 

Ao estar com as crianças tive um enorme aprendizado que não constava em nenhum dos meus livros teóricos: o conhecimento de que nós educadores mais aprendemos com elas do que realmente ensinamos. Com as crianças, aprendemos que o tempo, o conhecimento, as descobertas, experiências e brincadeiras são amigos inseparáveis e, por isso dão um sabor diferente a vida. Não é a toa que a infância é uma etapa inesquecível! 

Talvez por saber que as crianças pequenas são mais sensíveis e intensas às delicadezas da vida, que acabei me tornando uma amante e defensora da Educação Infantil. Antes, como professora, um dos meus principais intuitos era o de preservar e propiciar uma infância de qualidade. Atualmente, como coordenadora pedagógica, esse objetivo ainda continua, só que agora com uma intensidade muito maior. 

Confesso que não foi fácil e, ainda não é, essa transição de professora para coordenadora. Somente neste instante, veio-me a mente muitas memórias de desafios que enfrentei e enfrento nessa nova função. Mas, o que me motiva a continuar e ultrapassar cada um desses desafios que, muitas vezes, fazem-me pensar no retorno à sala de aula, é saber que na coordenação, conseguirei propagar, lutar e garantir os direitos das crianças de serem realmente crianças e terem uma educação de excelência. Sei que não é uma tarefa nada fácil, porém já superei muitas marcas de dificuldades na minha trajetória pessoal e profissional, por isso, tenho certeza de que essa será mais uma a fazer parte das minhas memórias de superação e, porque não dizer também, de otimismo!

Camila Izoli

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